quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Ponto de vista: É preciso discutir o modelo de formação do Engenheiro Agrônomo

Durante meus poucos anos de formado enfrentando os desafios diários, estudando e vendo inúmeros debates, e analisando o processo degenerativo da formação em Agronomia, por vezes fico a imaginar como resgatar ou construir um novo modelo que permita aos futuros profissionais uma formação condizente com os anseios da sociedade que com seus impostos investem caro em um curso que pela lógica só se constrói com estruturas que a maioria não necessitaria.
O que percebo é que ao longo do tempo a formação vem regredido em sua carga horária, as disciplinas básicas vem sendo reduzidas na maioria dos casos a formação direcionada a produção vegetal mas mesmo assim desprezando os conhecimentos em forragicultura, silvicultura e   áreas  como engenharia rural, produção animal e  ambiental sendo deixadas de lado desconstruindo a verdadeira essência profissional com base em seu decreto, leis e resoluções e reduzindo a margem de sucesso profissional daqueles que buscam essa profissão para exercê-la.
Agronomia pela própria terminologia AGRO = campo, NOMIA = regras mostra muito bem a amplitude do nome e por si só deveria rejeitar qualquer tentativa míope de redução a apenas produção vegetal.
A formação do Engenheiro Agrônomo deve ser plena e holística respeitando nossas atribuições com base em nosso decreto 23.196 de 12 de outubro de 1933.
O curso a meu ver dever mesclar a base teórica solida vivenciando a prática robusta com disciplinas que não se resuma ao que se tem visto onde o aluno em seu processo de aprendizagem restringe-se a sala ouvindo 45 minutos de conteúdo e se dirigindo-se a outra sala com conteúdo totalmente diferente. As disciplinas ou cadeiras devem ser vivas e dinâmicas com programação que realmente permita não apenas a fixação do conteúdo mas o exercício e racional buscando ampliar seu leque de visão sobre tal assunto.
Se o tema é a química do processo de ensilagem a base científica e teórica deve ser aplicada, mas o rigor da pratica não pode deixar de existir relacionando tudo àquilo que se vê em sala no processo real de aprendizado.
Imagem 01 : Pirâmide da aprendizagem


Fonte: Foto
Não é que hoje que o ensino vivenciando aquilo que se estuda potencializa o aprendizado. Conforme imagem 01 fica evidente a necessidade de maior aplicação e interação entre o debate sobre os conteúdos e a indispensável vivência prática sobre aquilo que se estuda. O Discutir, praticar e ensinar potencializa a construção do profissional de excelência, mas o que se tem visto é  o empobrecimento da formação baseado apenas e unicamente no escutando e lendo.
Nesse sentido é preciso ampliar o espaço tempo de aprendizagem valorizando as horas mais favoráveis as práticas pela manha com a tarde e noite no aprofundamento da base teórica.
O objetivo dos cursos não devem ser unicamente como infelizmente se tornou  quase 100%  voltado apenas a formação de pesquisadores que muitas das vezes vão para docência sem vocação, mas também de profissionais com viés técnico, cientifico capaz de aplicar, transformar, aprimorar ou adaptar o que construiu em ações concretas na sua formação a serviço da produção com qualidade  e sustentabilidade dos recursos naturais.
A construção do profissional Engenheiro Agrônomo seguro de si, capaz não apenas de enfrentar o exigente mercado de trabalho mas de buscar o viés empreendedor passa pela formação de excelência e é isso que a nossa profissão precisa.
Francisco Lira
Engenheiro Agrônomo Esp.
CREA-PI 18.222/D

Texto retirado dos parceiros da Rede Agronomia

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